sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Nos trilhos de trem



O ano já nem me lembro, mas era na década de 80 e eu estava por volta dos meus 15 aos 18 anos.
Morávamos em Araraquara, na Vila Xavier, próximo da fábrica da Anderson Clayton, onde roubávamos carambolas e abacates.
Ali pertinho, ficava o pátio das oficinas das locomotivas da FEPASA e seus trilhos, e do lado, os silos do CEAGESP.
Os dias eram divididos entre ir a escola pela manhã, estudar a tarde e depois ir brincar com os amigos.
Rolava de tudo, cabanas no terreno que ficava de fundos com o quintal de nossas casas, colher frutar nos terrenos dos vizinhos, andar de bicicleta, saltar morros.
Quando queríamos uma aventura extra, planejávamos com antecedência.
Eram dias, juntando dinheiro para a tripa de mico, procurando a forquilha perfeita.
Depois tinha que corta, tratar a madeira, secar, preparar o estilingue e envernizar.
Fazer o embornal era outra façanha... que as vezes sem ajuda de nossos pais, era impossível de realizar.
Coleta de pedregulhos redondos, mamonas, bolas de gude... cada munição para um uso específico.
Brincávamos muito nos trilhos da FEPASA, que ficava a uns 500m de casa.
De caçadas fictícias à confecção de pulseiras "sabona" tudo era pura diversão.
Só não tínhamos onde nadar ali, porque o Rio do Ouro, nessa época já era marrom por outros motivos... e fedia muito.
Então, nossas brincadeiras com água, ficam reservadas para as piscinas da Ferroviária, as de plásticos de nossas casas, das chuvas e mangueiras em dia de calor.
Os anos foram passando e nossos momentos de diversão foram sendo substituídos por compromissos, por mais estudos e alguns de nós, como eu, passamos a ajudar nossos pais nos serviços deles.
Ainda lembro dos amigos, dos seus nomes e rostos... e de seus sorrisos
Hoje os tempos são outros e em breve nem os trilhos estarão lá