quarta-feira, 25 de março de 2015

Eu ontem, eu hoje, eu amanhã





Estou sentado na rodoviaria, esperando o horário de partir para Araraquara.

Passa por mim um senhor. Cabelos todo grisalhos, sem cortar a uns 2 meses,, sapato maior que o pé, gasto. Camisa e calça de tamanhos maiores, blusa de tricô com bicos caidos, desbotado. Uma sacola na mão, com jeitão de ser velha companheira de viagens.
Tem um andar cansado, arrastando o pé, corpo arqueado, óculos ambar, que limpa com o bafo e o tecido da sacola.
Não está sujo, apenas, parece ser prático. Usa um chaveiro de metal pendurado no passador da calça.
Depois de olhar para ele, percebo que este senhor é o meu futuro de ontem.
Ele é o que eu seria no futuro se, continuasse vivendo como antes.

Logo que ele sai da minha visão, pelo lado esquerdo, surge um segundo senhor, que acabou de descer de um ônibus.
Mesmo assim, ele não deixa transparecer que está cansado da viagem.
Vem caminhando ereto, cabelos tingidos de castanhos,veste um blazer marrom, sapatos no tamanho certo e lustrados.
Ele tem um brilho no olhar!
As sacolas em suas mãos, são prateadas, recém recebidas em alguma loja. Olha para o horizonte, enquanto caminha e não para baixo, para a ponta dos pés.
Quando este senhor passa para a direita, percebo que este senhor é o meu futuro de amanhã.

Como meu destino  mudou tão rapidamente?
Foi o resultado de como passei a pensar o meu hoje!