terça-feira, 1 de outubro de 2013

Who dares to love forever?


Madrugada de quarta feira, 2:00h, 02/10/2013.

Ouço a chuva que cai, saio na varanda, olho o horizonte, abro os braço para sentir os borrifos de água que o vento trás e me pego cantarolando "Who Wants To Live Forever" do Queen.

De todas as músicas que fazem parte da trilha sonora da minha vida está é a principal...

É o tema da minha busca por viver para sempre, através de algum feito notável para as outras pessoas.
Uma vã tentativa de não ser esquecido pelo tempo.

Também é o tema da minha busca por um amor eterno.
Sim, já busquei o amor eterno, influenciado pelas histórias dos livros que li na infância, pelos relatos das enciclopédias, pelos filmes que assisti e as músicas que ouvi.

Demorei muito para perceber que uma história tão contada, deveria significar que muitas pessoas também procuraram o mesmo que eu e, não encontraram.

A chuva continua, gotas e mais gotas brilhando na luz.

As ruas estão desertas, a chuva cai sem testemunha, sem espectadores. São como as lágrimas que ninguém viu. 

Dou um passo para trás, ainda olhando o céu e e as gotas invisíveis, fecho a porta e volto para minha mesa de trabalho.

Who waits forever anyway?

domingo, 23 de junho de 2013

Apitos do trem



Volto para Araraquara para passar uns dias.

Quando estou deitado, no quarto que um dia já foi meu, ouço, novamente, o som o barulho do trem.

O motor aumentando a potência, e os apitos. TUUUUU, um tempo para respirar e, outro TUUUUUUUUU!

Lembro que nunca moramos, aqui em Araraquara, muito longe da estrada de ferro.

TUUUUUU... TUUUUUUUUUU. Enquanto escuto o ronronar do motor, procuro um sonho bom, com pitadas de saudade.

Quando morávamos na Rua Ceará, boa parte das brincadeiras eram feitas ali nos trilhos.

Tempos, das caçadas nos trilhos, com estilingue e emborná ou, caminhada descobrindo o caminho, até onde os pés alcançassem ir, um dia sentido ibaté, outro no sentido de tutóia.

Até pulseira "sabona" fazíamos, colocando canos de cobre no trilho para serem prensados pelo trem.

Era, também, onde levávamos as revistas de "leitura proibida" que sempre alguém conseguia arrumar.

Atravessávamos os trilhos para cortar caminho entre a Vila Xavier e a Fonte, fosse para ir nadar na Ferroviária, assistir jogo no estádio, dar umas voltar pela Fonte e, principalmente, para assistir show no Gigantão, que para quem não conhece é o Ginásio Poliesportivo de Araraquara.

Atravessar os trilhos, mesmo no escuro da noite sem luar, era fichinha, de tanto que já conhecíamos os caminhos.

Mergulho nas lembranças e elas vão se misturando com sonhos, até onde o ronco vai se tornando o ronronar dos motores dos trens...

ruc,ruc, ruc, ruc, ruc ruc, tuuuuu, tuuuuuuuuuuuuuu.





terça-feira, 21 de maio de 2013

Grandes verdades da Vida





Sabe quando você se depara com uma das grandes verdades da vida?
Uma daquelas que vai te persegui pelo resto de seus dias.
Estará ao seu lado ao acordar, escovará os destes com você, tomará até o seu café.
Enquanto você caminha para o trabalho, ouvirá os passos dela, toc toc toc toc.
Essa verdade sabe que você a conhece, e sabe que você, fingi não vê-la.
Sua vontade é contar no ouvido da próxima pessoa que encontrar pelo caminho, que tem uma verdade te perseguindo.
Ao mesmo tempo que, torce para que a pessoa responda que você está certo e existe uma verdade por trás de tudo, sabe também, que ela pode não estar pronta para ver a verdade.
Prefere contar para um desconhecido, mesmo assim, afinal, se contar para seus amigos ou parentes, todos vão dizer que você está vendo coisa, ou está confuso.
Volta para a casa no final do dia, e a verdade está ali, ao seu lado, exausta por ter que te acompanhar por tantos lugares, por ter se sujeitado a almoçar naquele mesmo restaurante que você almoça, caminhado pelas mesmas calcadas quebradas que você pisou.
Olha na face da verdade e percebe um sorriso, disfarçado, mas olhando com bastante atenção, ele está lá, naquele canto dos lábios.
Essas verdades são assim, zombeteiras.
Agora, trouxe ela para passear, descobri que aqui no meio das pessoas, ela se distrai, segue um por um, esperando o melhor momento de cutucar o ombro da pessoa, esperar ela olhar para trás e dizer, -Oi! Eu sou uma verdade.
Qual é o jogo? Deve estar se perguntando.
A verdade sabe que a maioria não irá compreendê-la, muitos, sequer chegarão a vê-la, ali, cara a cara.
Uma verdade nome sempre anda junto com compreensão ou com a visão.
Também não chega junto só onde estão as grandes virtudes.
Uma verdade pode ir aonde bem desejar, até na casa de quem menos se espera.
Enquanto a verdade que está aqui comigo, toca os ombros das pessoas, apenas pelo prazer de ver as diferentes expressões que as pessoas fazem, eu vou escrevendo, disfarço minha cara, para ela pensar que estou teclando futilidades no facebook.
Meu plano é descrever aqui, nesta folha digital, com letras de máquina de escrever, essa verdade.

Vou tentar facilitar as coisas, começando assim...
Hoje vejo por entre os buracos na tela do céu.

"A vida é um jogo"
A grande verdade
O que chamamos de vida na Terra, oque nos ensinaram ser o céu e o que tememos como inferno,não existem.
Não assim como imaginamos, não é tão simples como um jogo de amarelinha, mas, note bem, é sim um jogo.
No céu (vamos chamar assim, só para facilitar o entendimento) ficam os gamers.
Aqui, estamos nós, avatares de um jogo, peças de um tabuleiro, peões de uma partida.
No inferno... Oras, acredita mesmo que embaixo está o inferno?
Isto foi um erro de interpretação. A idéia inicial era entendermos que existem, como em todo jogo, oponentes.
O lado que eles escolhem para jogar, não depende de sentimentos nobres como nos fizeram acreditar.
"este é o bem!", "este é o mal!"
Depende de momento. Depende do ânimo do jogador.
Sim, ele pode ter sua preferência, pode ter seu estilo de jogar,mas, um belo dia ele (ou no seu pior dias) ele pode trocardes lado.
Quantos são os jogadores?
Difícil dizer. No primeiro momento, pensei que existisse um para cada personagem aqui, depois encontrei uma outra verdade, menor, porém, verdade verdadeira, também.
Esta verdade que não vou ficar chamando de menor (verdades não gostam de serem chamadas assim), trouxe para mim a compreensão do "Loop"

"Loop"
A verdade
Explicando do jeito mais fácil.
Quando você, notar que está repetindo algo, não apenas pela segunda vez (isso seria o Dejavu), quando você notar que é algo que se repete na sua vida, inúmeras vezes.
Pode ser um ciclo curto, como ter um dia exatamente igual ao outro.
Pode ter um ciclo longo, como ter um segundo casamento exatamente igual ao anterior.
Pode até mesmo ser um ciclo curtinho de alguns minutos ou, algumas horas, que se repetem de tempos em tempos.
O importante para você identificar se é um Loop é a freqüência de repetição e o fato de você ter a consciência que não quer repetir o ciclo, mas, uma força maior o impele para dentro do ciclo.
Quando encontrar um destes momentos na sua vida, saiba, que orar para o "seu Deus" (nome que eles deram, para quando precisamos nos comunicar com nosso jogador), pode até resolver, quando ele voltar de onde tinha ido, ver sua mensagem na tela dele e, achar que é uma boa estratégia de jogo.
Caso contrário, (oque ocorre na maioria das vezes) quando seu jogador voltar, nem vai notar suas mensagens e prosseguirá com sua partida.
A solução só será encontrada quando tomar consciência e começar a agir antes de entrar no Loop.
Porque? porque o Loop é o piloto automático.
Nesta fase do jogo, seu jogador não está sentado na cadeira, olhando para a tela. Esta fazendo alguma outra coisa.
O chato é que, pelas regras do jogo, quando um jogador vai se afastar da partida, ele não pode programar seu avatar para prosseguir sozinho. Tal estratégia é punida fortemente, então, só resta ao jogador deixar seu avatar ali, dentro de um Loop.
- Poxa! Meu jogador bem que podia me desligar um pouco e voltar depois.
Sim, podia! A maioria dos jogadores faz isto. Nós chamamos esta pausa de, "dormir".
Mas, jogos são viciantes!
Deixar o avatar em Loop rende moedas virtuais. O que é bom para o jogador, mesmo que consuma energia do avatar.
Tenho certeza que você já notou este terceiro sintoma de um Loop. A exaustão.
Portanto, prepare-se e toma sua ação para evitar o Loop.

A negação
Está maluco?
De onde tirou essas idéias?
Andou bebendo?
Não!
Do que vi pelos buracos na tela do céu.
Não

Saiba que a negação, chega correndo, sempre que encontra uma verdade.
Pelo que se sabe existe uma espécie de atração magnética entre a verdade e a negação.
Também, coitada da negação, ela é uma negação para fazer amizades.
Ela só consegue falar, quando está do lado do medo ou da verdade.
Muitas vezes, nem assim ela fala. Só balança a cabeça...
Então, se você está com a negação, ou está com medo ou, encontrou uma verdade.

Como toda verdade, enquanto eu procurava entende-la, eu não conseguia. Tentava. Explicar o "Loop" de mil formas. Tentava dar nomes, acusar culpados, apontar causas que explicassem, minha incapacidade de fugir de um Loop.
Somente depois que desisti e joguei a toalha no chão é que consegui, de relance, ver a verdade ali, de pé, rindo de mim.

Agora que a conheço, preciso aprender a conviver com ela, a lidar com ela, pois, como toda verdade verdadeira ela é imutável.
Não é possível midificá-la, sequer em uma virgula. Nada, absolutamente nada.
Redundante dizer isso? Talvez, mas acredite, tem quem tenta convencer uma verdade a ser diferente do que ela é.

Preciso encerrar o texto, ela está chegando. Deve ter cansado de tocar nos ombros das pessoas ou, já começou a ver expressões repetidas.

Para você que está lendo... Está lendo? Que legal!
Não tinha muitas esperanças que um dia alguém fosse ler...
Como eu ia escrevendo, para você, desejo boa sorte quando encontrar uma verdade.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Somos todos, formiguinhas




Enquanto a chuva se aproxima pela minha esquerda, cobrindo a cidade, um avião foge, pelo lado oposto, acelarado, para sudoeste, motor roncando forte. Alguém, lá dentro, está com os dedos cruzados!

Estou protegido do vento pelas paredes do apartamento. Nem sinto o aroma da chuva.
O motorista, instintivamente, começa a acelerar seu veículo, fazendo uma manobra arriscada, deixa de sinalizar uma conversão.
Na calçada da esquina, a mãe com seus filhos ao redor, aperta o passo, para levar os filhos para um abrigo.
No bar próximo, o assíduo cliente, deixa seu troco no balcão, enquanto dá a ultima talagada, na pressa de chegar em casa antes da chuva.
O motociclista entregador de pizza está irritado e grita: - Liga a seta!!!
Janelas vão sendo fechadas... roupas colhidas apressadamente.
O som das folhas das árvores começam a se misturar com os sons dos sinos de vento, alguns de madeira, bambu, outros, de metal.
Um menino aparece, na pista de bicicleta, correndo, saltando. Sabe que vai levar uma bronca da mãe por não voltar mais cedo para a casa.
As primeiras gotas fininhas de água, trazidas pelo vento, começam a cair, enquanto dois postos se apagam pelo balançar das hastes das lâmpadas.
Um avião retorna. Decidiu pousar, vai se aproximando, passa sobre o apartamento e segue para a pista. Vai baixando, baixando... a cauda do avião, tocando por baixo as nuvens mais próximas.
Vendo tudo isso, percebo que reagimos igualzinho os outros seres deste planetinha.
Ficamos todos agitados, correndo para a segurança do lar. No fundo, no fundo, bem lá no fundo...

Somos todos, formiguinhas!




sábado, 9 de março de 2013

O lugar onde moro



O lugar onde moro é de uma beleza estonteante!

Defronte ao apartamento, uma vegetação exuberante, arvores frondosas que tornam a iluminação avermelhada das lampadas de vapor de mercurio, das da rua, mais amena do que já é.
O vento sopra uma brisa gelada, anunciando a chuva que logo vai chegar e já se forma no horizonte, lá em cima da serra de São Francisco, onde está a represa de Itupararanga.
Teremos uma chuva forte, mas, normal, pois quando ela se forma deste lado da cidade é sinal de chuva boa.

Tudo passa lentamente, é um lugar em slow motion, onde a vida não tem pressa.

As nuvens vão cobrindo a cidade lentamente... Avançam de Sul a norte, lá no horizonte, e só depois que estão bem estendidas, começam a cobrir a cidade.

Um vizinho busca o carro, e põe dentro da garagem, sem pressa, esperando os poucos carros que passam neste momento, sumirem, de vista.
Depois, pega o seu cachorro e o leva para passear na praça.
Ele também conhece o bairro e a natureza, sabe que da tempo de passear, tranqüilamente.

Gosto ficar, aqui, na sacada, olhando o horizonte, sempre que tenho um remoinho para apreciar a paisagem. Seja pelas manhãs, entardecer, madrugadas estreladas ou não.