domingo, 23 de junho de 2013

Apitos do trem



Volto para Araraquara para passar uns dias.

Quando estou deitado, no quarto que um dia já foi meu, ouço, novamente, o som o barulho do trem.

O motor aumentando a potência, e os apitos. TUUUUU, um tempo para respirar e, outro TUUUUUUUUU!

Lembro que nunca moramos, aqui em Araraquara, muito longe da estrada de ferro.

TUUUUUU... TUUUUUUUUUU. Enquanto escuto o ronronar do motor, procuro um sonho bom, com pitadas de saudade.

Quando morávamos na Rua Ceará, boa parte das brincadeiras eram feitas ali nos trilhos.

Tempos, das caçadas nos trilhos, com estilingue e emborná ou, caminhada descobrindo o caminho, até onde os pés alcançassem ir, um dia sentido ibaté, outro no sentido de tutóia.

Até pulseira "sabona" fazíamos, colocando canos de cobre no trilho para serem prensados pelo trem.

Era, também, onde levávamos as revistas de "leitura proibida" que sempre alguém conseguia arrumar.

Atravessávamos os trilhos para cortar caminho entre a Vila Xavier e a Fonte, fosse para ir nadar na Ferroviária, assistir jogo no estádio, dar umas voltar pela Fonte e, principalmente, para assistir show no Gigantão, que para quem não conhece é o Ginásio Poliesportivo de Araraquara.

Atravessar os trilhos, mesmo no escuro da noite sem luar, era fichinha, de tanto que já conhecíamos os caminhos.

Mergulho nas lembranças e elas vão se misturando com sonhos, até onde o ronco vai se tornando o ronronar dos motores dos trens...

ruc,ruc, ruc, ruc, ruc ruc, tuuuuu, tuuuuuuuuuuuuuu.





Nenhum comentário:

Postar um comentário