08/04/2010 11:45h
Estou no quarto, do apartamento, trabalhando em meu notebook, escrevendo em meu blog, quando ouço passos na escada.
Em seguida, o barulho de uma mulher abrindo a bolsa e procurando as chaves.
Paro tudo o que estou fazendo e fico atento, a chave entra na fechadura e a mulher tenta virar a chave, que resiste.
Como toda mulher, ela não desiste fácil e continua tentando, uma, duas, três vezes, para um lado e para o outro.
Tira a chave e enfia de novo, e continua tentando.
Me levanto, de cueca preta e camiseta azul claro e, caminho preocupado em direção a porta, pensando ser minha esposa que chegou mais cedo do trabalho e por algum grave motivo está confusa e não consegue abrir a porta.
A medida que vou chegando perto da porta, tento ver se a minha chave, pelo lado de dentro pode estar emperrando a fechadura.
Não! Não é isso!
Quando já estou prestes a girar a chave e abrir a porta e perguntar “Meu amor, o que houve?”, tenho o “insight” de olhar pelo olho mágico e vejo uma loira olhando para a bolsa, procurando alguma coisa dentro dela, enquanto continua com o braço estendido tentando girar a chave na fechadura.
Não consigo ver seu rosto, mas já sei que não é minha esposa.
Ela só para de tentar girar a chave na fechadura, quando eu pergunto:
- Tem certeza que quer entrar aqui?
Ela ainda insiste: - Sim! (Até um santo, neste momento começa a ter fantasias. E saiba, que estou bem longe de ser um santo!)
Respirando fundo e caindo na realidade, repito:
- Quer entrar no apartamento 41?
Mais uma vez a resposta é: - Sim!
E me vejo forçado a tentar fazer com que ela, também volte à realidade do mundo.
- Quer entrar no apartamento 41 de Márcio Eiras?
Nesse exato momento ela encontra o que procura na bolsa, para de tentar abrir a fechadura, pega um papel dentro da bolsa e desdobra até transformá-lo de volta em uma folha de papel A4.
Lê as anotações nele e envergonhada, começa a se lamentar:
- Desculpa! Me desculpe! Não! Não! É no apartamento vinte e...
Sai apressada escada abaixo, enquanto tento acalmá-la dizendo:
- Tudo bem! Tudo bem! Essas coisas acontecem!
Agora que tudo passou, e meu coração já não está mais disparado com o susto, pergunto:
- Isso, realmente acontece com as pessoas?
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