sábado, 21 de outubro de 2000

A república (sem patrão)



Cheguei em uma tarde, já tinha a indicação do lugar e havia ligado para o proprietário, marcando a hora do encontro na república, embora o mesmo insista em chamá-la de pensionato.
Era uma casa simples, nada demonstrava morarem lá, muitas pessoas, exceto, duas placas pequenas anunciando quarto para rapazes, nesta, e para moças em outro local, além, do telefone para contato.
No portão encontrei três senhores que conversavam, bem, na verdade dois escutavam um que filosofava, este, estava vestido com um velho paletó, já surrado pelo tempo.
Entrei, conheci os quartos disponíveis e optei por um que ficava no térreo, de frente para uma área de serviço e um banheiro.
Sentamos nas cadeiras dispostas na sala para que eu pudesse preencher um cadastro. Quando comecei a falar de mim o senhor disse:
- Não precisa, saberei melhor quem você é com o tempo!
Paguei e nos despedimos, entrei no quarto para apreciá-lo um pouco melhor e achei enorme o guarda roupas, depois descobriria que seria muito pequeno para as roupas que deveria trazer, e fui até a rodoviária buscar as malas .
Instalei-me naquela noite, cheio de esperanças e certo de que seria chamado para trabalhar no dia seguinte. Dormi sonhando que todos os problemas seriam resolvidos, com os frutos do trabalho, sabia que o caminho seria lento, mas, acreditava que seria positivo, que voltaria a ver minhas filhas com frequência, logo seria aceito pelos pais da noiva e poderia casar.

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