domingo, 24 de julho de 2011

Resgatando emoções




Abro as gavetas, retiro roupas e vasculhos os fundos.
Estou à procura de fotos, slides e monóculos, documentos e cartas,
Qualquer imagem que conte uma história.
É tudo o que preciso neste momento.
Me alimentar de memórias.
Tempos de infância em preto e branco, depois coloridas muito coloridas
agora desbotadas...
Slides de tempos mágicos, muita luz, sol e viagens incriveis.
Fotos das minhas filhas, de quando estive por perto e de quando estive longe.
Lembranças de uma nova vida que surgia e de esperanças de ser o caminho definitivo.
Aos poucos foram se tornando mais escassas, uma aqui outra ali, recebida de presente em datas festivas ou de amigos.
Não deixei de fotografar, pelo contrário, os registros se tornaram digitais.
Se antes em datas festiva, o normal era (com sorte) ter 12 registros, agora são centenas.
O lado bom é ter registro de tudo e poder tirar várias fotos seguidas (para garantir o melhor registro).
O lado ruim é a banalização do registro. A perda da importância de marcar um fato para sempre. De viver o momento como único. Cria-se a falsa ilusão de que tudo pode ser sempre refeito, corrigido ou reeditado.
Arrumo a pilha de imagens na mesa.
Preparo o material necessário para transportá-las para o mundo digital, onde os antigos, novos registros, farão companhia para os novos, antigos registros.
Por sorte não ficarão mais, guardados no fundo das pastas virtuais em uma partição esquecida de um HD.
Estou depositando muitas esperanças nos tabletes.
Acho que finalmente voltaremos a levar albuns em encontros para mostrarmos uns aos outros.
Vamos ser sinceros... não era prático levar um notebook, muito menos confortável, passá-lo de mão em mão em um encontro ou festa.

Dias, seguidos "scanneando", editando, organizando em álbuns, dando nomes e datas.
Só depois espero sentar calmamente em um canto, relaxar e...
Reviver uma vida!

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