segunda-feira, 6 de julho de 2009

A vida passa diante dos meus olhos

06/07/09 16:30 Praça em frente à matriz

Após algumas visitas sento em um banco da praça, ao lado de uma senhora.
Minha inibição me impede de dizer-lhe "boa tarde".
Observo as pessoas, os pássaros e a natureza.
Jovens com suas roupas rebeldes.
Senhores com derrame que usam bengala, velhinhos assanhados batendo papo com mulheres de programa.
Funcionárias de lojas saindo do expediente em suas calças pretas justas.
Obras na calçada.
Muitos com sacolinhas de compras nas mãos e, não pode faltar... pessoas carregando envelopes de papel pardo com currículos dentro, afinal, estamos em uma segunda feira.
Pombos devorando nossos restos,
Pedintes implorando por nossas migalhas,
Pessoas de todas as nações de todas as regiões do Brasil.
Crianças despreocupadas, embora vivamos preocupando-as.
Ainda não avistei nenhum pregador, nem louco. Eles estão fazendo falta!
Policiais em seu posto móvel, também se fazem presentes.
E a senhora cochila... pesca lentamente ao meu lado.
Ciganas com suas saias coloridas e suas falas altas, passam ao largo.
Já não há mais fila na lotérica, que recebe contas bancárias.
O sol, escondido atrás de um prédio já não traz mais seu calor e a temperatura lentamente começa a cair.
Algumas pessoas aproveitam para fumar, enquanto não proíbem o cigarro em lugares públicos abertos.
Jovens envelhecidos rápido demais.
Velhos com desejo de serem considerados jovens.
Conversas secretas ao celular.
Passa por mim um rapaz na cadeira de rodas, acompanhado do que parece ser a sua jovem esposa e o filho. Ele tem também uma tala com curativo na mão o que me faz pensar que sofreu algum acidente, recente.
Já os vi pela manhã, bem longe desta praça.
Mães grávidas. Casal que parecem ter se teletransportado de Recife neste instante de tão agasalhados que estão.
Mulheres atraentes, embora sejam poucas as que sabem se vestir bem.
Já tirei fotos de paisagens interessantes.
Confiro as páginas que escrevi e constato que estou na terceira, eu ainda tenho muito tempo, até chegar o momento de ir jantar no Rotary.
Vou tentar achar algo para fazer até as 17:30h...
A noite chegou!
Já passaram crianças vendendo balas e deficiente em cadeira elétrica.
Quase seis horas...
As pessoas passam rápido pela praça e pouca gente ainda fica sentada.
O tempo não passa e minha vida vai caminhando quadrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário