segunda-feira, 20 de novembro de 2000

Praça das bandeiras

Será mesmo que estou na praça das bandeiras?
Vejo alguns bancos de concreto, palmeiras, algumas árvores, jardins com muita grama e poucas flores, postes de iluminação e... nenhuma bandeira, nem um mastro sequer.
Sorocaba tem uns bairros com nomes engraçados... e agora tem praça com nome nada a ver.
Vejo uma placa indicando "Além linha".
Já vi outro dia "Além ponte".
Ainda bem que é "além linha" e não "fim da linha", aliás, por falar em fim da linha lembrei de um fato engraçado.
Tinha uma cidade que no lá no último quarteirão antes de acabar a cidade, fundaram uma igreja e na sua fachada tinha o letreiro "Igreja do último dia".
Um dia, chegou um forasteiro a esta cidade e vendo a igreja sempre cheia pensou:
- Oras, pois vou montar um negócio melhor que este!
comprou um terreno no quarteirão antes da igreja e construiu seu negócio.
"Casa de massagens do penúltimo dia"
É! Eu sei! A piada foi péssima, mas serviu para introduzir (sem trocadilhos) ao que aconteceu a seguir na praça das bandeiras.
Aproximou-se uma morena com muita "saúde" (para bom entendedor uma palavra basta), sentou-se no banco da frente, procurando chamar a atenção, discretamente.
Cruzava as pernas etc. Mudou para o banco ao lado do meu, e começou o ritual...e eu na minha com cara de "gringo" bobo.
Levantou-se, aproximou-se e perguntou as horas. Falei e ela saiu. Foi até a esquina, pensou e voltou, tropeçou no caminho como por acidente, olhei e sorri. Pronto ela sentiu que podia se aproximar. Sentou ao meu lado confirmou as horas e rolou o seguinte diálogo.
- Pô! Como é cansativo esperar alguém!
- É!
- Você trabalha por aqui?
- Sim. Disse eu com ar de "mais ou menos".
- O que você faz?
- Sou vendedor externo, fico mais na rua.
- O que faz aqui? Espera alguém?
- Não, estou só descansando.
VRUMMMMMMMMMMMMM
Tlanc, tlanc, tlanc, tlanc.
Passou um trem a cem metros de nós na linha que separa os bairros.
- E tú?
- Estou esperando um cara.
- Ele está demorando?
- Atrasado uma hora!
- É! Esperar já é chato, ainda mais quando está atrasado. Disse eu.
Ai ela pergunta: - Vendedor de quê?
Ao dizer a ela que eu era vendedor de consórcios ela desistiu de qualquer proposta indescente e disse.
- Bom, vou embora - Tchau!
Eu devia ter dito antes que esse papinho eu já conhecia e que se eu estava duro éra financeiramente.
hahahahaha!

Sorocaba, 20 de novembro de 2000

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